Este ano tem Copa do Mundo, o que significa, para mim, um mês de ansiedade e sofrimento. Esses sentimentos poderiam ser evitados se um dia eu desgostasse em definitivo do futebol, mas creio que isso beira o impossível. Também poderiam ser evitados se o Brasil entrasse nas Copas do Mundo como mero coadjuvante, como seleção que não tem nenhuma chance, ou chances apenas remotas. Mas isso nunca acontece: para desespero dos torcedores angustiosos como eu, o Brasil quase sempre pode ganhar. Desde que comecei a acompanhar as Copas, é assim: em 82, perdemos numa fatalidade, jogando um futebol maravilhoso; em 86, perdemos nos pênaltis, jogando melhor; em 94 ganhamos; em 98, perdemos a final, em função do susto com Ronaldo; em 2002, ganhamos. Acho que só em 90 e 2006 a seleção não jogou o suficiente para conquistar o título. Nesses anos, a eliminação não foi dolorosa para mim.
Torço muito para a vitória do Brasil, não pela CBF nem pelos jogadores, mas pelo povo. A conquista da Copa do Mundo é uma festa sem paralelos, joga o astral da população lá em cima. Acredito que este plantel tem chances, e aposto no Dunga, embora tenha ficado indignado quando ele foi escolhido treinador (o desempenho dele mudou meus conceitos, admito). Torço, entretanto, para que, não sendo o Brasil, o time campeão tenha jogado um futebol corajoso, ofensivo e bonito de ver, como a Hungria em 1954, a Holanda em 1974, o próprio Brasil em 1970, ou mesmo a França em 1998. Foi duro ver a Itália ganhar a última Copa com seus melhores jogadores sendo os zagueiros. E seria legal também se houvesse um novo campeão: Holanda, Portugal, Espanha, ou um país africano. Isso aumentaria rivalidades e daria chance a outras nações de fazerem a festa que já fizemos tantas vezes. Mas - é claro -só se o Brasil não for para a final.
Provavelmente acompanharei os jogos com meus aluninhos na escola. Tomara que possa ver alegria nos rostos deles durante todo o mês de junho.
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