Sabe aquela coleção da Folha de Bossa Nova que saiu ano passado? Pois é. Minha mãe pacientemente foi comprando todos os números, sem perder nenhum. Eu via a caixinha de sapatos improvisada cada vez mais cheia daqueles livrinhos com CD. No dia do Ano Novo eu disse que era uma coleção legal, e que precisaria de um dia para gravar tudo. Quatro dias depois, no meu aniversário, ela me deu a coleção inteira de presente. Disse o quanto aqueles discos marcaram a adolescência dela, e que queria que eu ouvisse aquelas canções com muito carinho.
Já ouvi dois: Wilson Simonal e Maysa. Uma delícia de música. E que cantores sensacionais!
Muitos dos meus colegas de escola até hoje desprezam a Bossa Nova. Suspeito que eles não gostam muito do estilo João Gilberto, violão e voz baixinha, e desconhecem outros intérpretes do movimento. Aposto que se perdessem alguns dias retomando essa parte mais orquestrada, mais cantada, mais swingada, mudariam de opinião. Tenho percebido, nas audições, que, dentro do que se convencionou chamar de Bossa Nova, há um leque extenso de alternativas de gosto e estilo, de forma que sempre é possível descobrir algo novo nos compositores, arranjadores, instrumentistas e intérpretes.
Agradeço à mamãe pelo presente de bom gosto, e ao bom Deus por me dotar de sensibilidade para usufruí-lo.
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