Acompanhei a entrevista do deputado Roberto Freire hoje no Roda Viva, da TV Cultura, e fiquei estupefato. O homem simplesmente se recusou a fazer qualquer elogio, mínimo que fosse, ao governo Lula. Até aí, tudo bem, ele faz o papel dele de oposição. O problema é ter de sustentar afirmações como "A economia vai mal", ou "A situação de vida no Nordeste não mudou". Não vi nem sombra da ponderação e análise arguta do político que eu tanto admirava, linha de frente ideológica do finado PCB. Nada disso. Foi um show de críticas não fundamentadas, que os próprios jornalistas contestavam com facilidade (e olha que boa parte do jornalismo de São Paulo já fechou com Serra). Freire parecia reduzido a um desses muitos serristas convictos que encontramos por aí, ácido com o lulismo e incapaz de enunciar cinco ou seis paradigmas que pudessem ser apontados como uma alternativa programática.
Depois escreverei uma postagem sobre essa inquietação, que hoje reapareceu: não consigo enxergar o programa da oposição. Até agora, só vi alternativa consciente na Marina Silva, mas ainda não tenho clareza sobre o programa que o PV apresentará e que ela, queira ou não, subscreverá. Insisto em que não tem havido debate político, mas apenas propaganda marqueteira da pior espécie. E falta menos de um ano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário