Observando os bichinhos de estimação da casa de minha mãe e assisitindo com certa frequência o Animal Planet, tenho podido aprender muito sobre a beleza da vida dos animais. Como comentei com uma amiga minha há duas semanas, é incrível que eles possam parecer até mais humanos que nós em certas situações. Entre as coisas que me aproximam de cachorrinhos e gatinhos está a incapacidade de esconderem sentimentos, o que os torna mais confiáveis que muita da gente que conheço. Hoje, fiquei pensando que eles não podem articular palavras, e que isso, se por um lado é uma limitação, por outro lado poupa do incômodo de dizer coisas erradas em horas erradas e acabar machucando pessoas.
Quando passei, hoje de tarde, pelo portão da casa de meus pais, pude avistar a Fafá deitada gostosamente em cima de uma caixa de pizza vazia. A Fafá já tem certa idade para uma gata, e criou manias e rotinas que dificilmente perderá. Nós a respeitamos como uma decana, e por isso fui incapaz de despertá-la de seu sono em pleno dia com um carinho de cumprimento. Eu invejei a Fafá, pensando comigo que gastei no começo do ano uma fortuna com uma cama nova que pudesse ajudar a diminuir meus problemas de insônia. Mas assim são os bichinhos. Admiro como eles precisam de tão pouco, e se divertem, e levam a vida adiante. Admiro como nossas relações com eles podem implicar muito mais carinho e compreensão que as que mantemos com outros primatas da nossa espécie. Seria tão mais fácil se pudéssemos pegar uns aos outros no colo e acariciar, e aninhar, e lamber, sem outra qualquer preocupação, até nos sentirmos preparados para uma nova brincadeira ou descoberta!
Tá, eu sei, é exagero. As convenções sociais são importantes e nos garantem muitas coisas, inclusive nas relações humanas. É que hoje deu de me sentir um pouco assim, carente de cuidado. Amanhã passa.
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