Em primeira mão: Marcelinho Carioca provavelmente sairá candidato a deputado federal, provavelmente pelo PSB.
O que penso disso? Difícil comentar alguma coisa.
A política tem se tornado um campo fértil para o cinismo. Pessoas famosas candidatam-se a cargos públicos sem proposta nenhuma, sem nenhuma história política e, portanto, sem nenhum compromisso com o eleitor e a sociedade organizada. Uma boa estratégia de marketing e a força da imagem do candidato podem garantir seu sucesso eleitoral, mas isso torna o processo muito perigoso, porque só quem tem uma trajetória de atuação em causas públicas pode ter de fato uma identidade ou um comprometimento. Quando alguém vota em Gabriel Chalitta, vota em rapaz cristão, da Canção Nova, com experiência administrativa em educação e um monte de propostas para a área. Quando alguém vota em Claudio Fonseca, vota em alguém que presidiu por muitos anos e ainda preside um enorme sindicato de professores. Quando alguém vota em Delfim Neto, vota num ex-ministro especialista em questões econômicas, que teve seu momento de maior poder durante a ditadura militar. Eu nunca votei em nenhum dos três, mas poderia escolher entre eles, se necessário, porque eles têm uma história, um caminho, uma cara. Eu saberia o que estou fazendo e que forças estaria prestigiando com meu voto, porque a candidatura de cidadãos como esses é representativa de opções políticas definidas; eles, portanto, podem ser cobrados por aquilo que representam. Mas o que representa, do ponto de vista da política, a candidatura de Gretchen, Sérgio Mallandro ou do marido da Ana Maria Braga? Que história há por trás dessas candidaturas? Que trabalho social, que causas, que ideias são defendidas? Que compromissos elas carreiam, que setores da sociedade elas defendem? Nesse ponto, penso que não seja injusto levantar a ideia do cinismo: apresentar uma candidatura sem apresentar uma proposta política real é como dizer ao eleitor: "- Vote em mim e depois eu avalio se tenho ou tive compromisso com você". Ou seja, é muita cara-de-pau. É como ir a um concurso de calouros sem saber cantar, e ser aprovado em função do aplauso de um público que não quer saber de música. Para mim, é oportunismo.
Mas os partidos gostam desse tipo de oportunismo, porque uma pessoa famosa traz muitos votos , e como o número de deputados ou vereadores eleitos tem a ver com o total de votos da legenda (isso aconteceu, por exemplo, com o deputado Enéas, do PRONA, que conseguiu colocar na câmara federal indivíduos que não chegaram a ter mil votos), esse famoso tem condição de, sendo bem votado, abrir mais vagas para o partido no legislativo. E ainda tem a vantagem de que o indivíduo famoso e despolitizado acaba se tornando papagaio da legenda que o elegeu, com muitos assessores e auxiliares para dizer em que ele tem de votar e que discurso deve fazer. É uma enganação total.
Não tenho ilusões: esse tipo de coisa só acaba quando a consciência política da população se eleva. Infelizmente, estamos ainda longe disso. Muitas pessoas votarão em fulano porque jogou no Corinthians ou no Palmeiras, em beltrano porque é bonito e aparece na TV, em sicrana porque é gostosa, etc. Depois, nem sabem como esses indivíduos se portaram no cargo que ocuparam. Seria muito legal que a população descartasse essas candidaturas vazias, como descartou a de Sérgio Mallandro, em São Paulo, e a do marido da Ana Maria Braga. O insucesso dessas tentativas de enganação talvez revele que algo começou a mudar. Mas ainda lentamente, tenho de admitir.
2 comentários:
marcelinho seje bem vindo ao nosso time politico e digo que vc sera o deputado federal mais votado no brasil, um abrço e um palmeirense que te quer bem - sou de são josé dos campos do distrito de são francisco xavier e vc esta convidado a nos fazer uma visita porque depois quye vc assumir a cadeira de deputado tenha certeza que eu serei um dos pedidor de verbas para meu distrito um abraço joão carlos moraes - pres. (AMA) associação de moradsores e amigos de são francisco xavier
Vini, gostariamos da sua autorização para publicar seu texto em nosso jornal, que circula em todo sul de Minas gerais, com os devidos créditos, lógico!
Forte abraço...
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