quarta-feira, 19 de março de 2008

Educação - casos verídicos 2: Os 907 livros

Reclamei com a coordenadora pedagógica. Eu não podia distribuir os livros didáticos de 8a. série para os alunos, nem os de 7a. Faltavam livros. Alguns ficariam sem. E pior: se um aluno se matriculasse no meio do ano, fato comum na nossa escola, ficaria sem livro.
Reclamara isso logo na primeira semana. Já era passado mais de um mês de aula quando cansaram da minha insistência e resolveram me responder. A primeira resposta foi: não havia mais exemplares do título escolhido na reserva técnica. (Equivale a dizer que nos estoques da Prefeitura, não tinha mais daquele título, nenhum exemplar).
Devolvi com minha indignação de sempre, e questionei a quantidade enviada. São os professores que escolhem o título e determinam o número de exemplares, de acordo com a expectativa de formação das classes. A Prefeitura simplesmente confirma (ou não) a compra e envia o material. Para mim, nenhum professor com funções cerebrais normais pediria uma quantidade de livros incapaz de atender a demanda. Sendo assim, se a compra havia sido feita e sabíamos disso, onde estavam os livros?
Segunda resposta que chegou: muitos livros ainda estavam no correio.
Não gostei da resposta e pedi para ver a planilha de entrega dos títulos. De fato, estão no correio até agora. Somando todas as disciplinas que estão com problemas equivalentes, são 907 livros.

Peço atenção para o número: 907 livros didáticos estão no correio. Por algum motivo não foram entregues nem antes das aulas nem nas primeiras semanas. Estamos com um mês e pouco de aula e 907 livros destinados aos alunos da EMEF Dona Chiquinha Rodrigues continuam no correio. Repito: 907 livros ainda estão no correio depois de um mês e pouco de iniciadas as aulas.

907 livros. Só acredito porque vi escrito.

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