domingo, 25 de janeiro de 2009

Noite chuvosa de domingo

É curiosa a fascinação que tenho pela chuva. Gosto do barulho que ela faz quando cai sobre os telhados e escorre pelas telhas e pelas canaletas, gosto de observar as formas que são constituídas nos pequenos riozinhos das sarjetas, gosto até de sentir a força dos pingos contra meu corpo, quando estou perto de casa e posso correr a qualquer momento para um chuveiro quente. Para mim, a chuva é ainda mais bonita quando há árvores e animais na paisagem, porque eles têm um jeito especial de recebê-la e absorvê-la.
Ao mesmo tempo, tenho medo da chuva. O som dos trovões me arrepia. Não sou muito amigo de relâmpagos. Sempre passam na minha cabeça as raras, mas marcantes, histórias de pessoas atingidas por raios. E as tempestades escurecem o céu, deixando o dia com aspecto sombrio, carregado, tenso.
Mas se fosse só fascinação e medo da natureza, estaria tudo bem. Ainda tem o problema de que chuvas prolongadas são sempre motivo de preocupação em São Paulo. As pessoas que moram em barracos nas favelas sofrem bastante. Várias regiões inundam, e famílias perdem seus bens, às vezes suas habitações. Muitas vias ficam intransitáveis, o trânsito piora muito, o metrô anda mais devagar. Eu mesmo me preocupo com minha residência, pois convivo com uma goteira bem no meio da minha cama, obrigando-me a colocar panelas e outros recipientes para evitar a destruição do colchão e do estrado.
Não sei somar e subtrair os prós e os contras, os medos e os deslumbramentos, o conveniente e o inconveniente da chuva. Como todo fenônemo da natureza que se preze, ela não pergunta pelos sentimentos humanos. Por isso, quando ela vem, preparo-me para uma ocasião de abrandamento, que consiste em ver o que ela quer, aceitá-la, absorvê-la, e refletir sobre minha precariedade diante das coisas, como sói aos que se querem razoáveis e sensatos.

3 comentários:

manu gomes disse...

hmmm...eu adoro olhar pra janela em dia de chuva, como moro "no mato" rsrs, é sempre muito lindo as árvores ficando mais verdes e as frutas mais vermelhas, brilhando com a água, além do vento e do barulho que dá um encanto peculiar pro momento. Mas como vc, eu tb mooorro de medo de trovões, isso aprendí com minha mãe, q desde criança reza pra Santa Bárbara em dias de chuvas fortes...e por falar em chuvas fortes, como vc tb lembrou, aqui em BH um bairro vizinho ao meu foi muito castigado na noite do reveillon, isso nos chocou muito, por mais que vejamos tragédias na TV, qdu acontece perto da gente a ficha da realidade cai e é muito triste.
Mas eu nem preciso das tragédias pra ficar bem invocada com a chuva, sempre me pergunto o que são pedro tem contra mim pra mandar a chuva na hora que tenho que sair de casa...enfim, não sou de açucar, e quem mora em BH tem que se conformar com a cidade molhada nessa época :S

enfim, acho a chuva um fenômeno lindo, mas fico ansiosa pela chegada de abril, onde esses domingo de chuva podem ser trocados por deliciosas tardes de filmes em casa, beeem quentinha em baixo dos cobertores, tomando um café com leite...e sem trovões!

Vini disse...

Bom ver você de novo por aqui, Manu! As chuvas acabaram me deixando gripado, acredita? Ontem, para completar o nonsense, revi o "Cantando na chuva". Como é bonito!

manu gomes disse...

eeee...gracias pela recepção! Fiquei sumida mesmo, ainda me adaptando com o novo ano...rs...mas voltei com mais um comentário que é quase um post né, de tão grande (falando muito, como sempre)...vou ver se isso me inspira pra voltar firme e forte pro meu colcha de fuxicos.

Milagrosamente não gripei com essa chuva e vergonhosamente não assistí "cantando na chuva", tenho certeza que é lindo! Então deixo pra um domingo de inverno, tomando café com leite :)

Pra você que é professor, amanhã deve ser "O Dia" do ano né... então, Boa Sorte!